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Rod Krieger: "Entendi a minha música depois que cheguei a Portugal"
Rod Krieger fez turnê por Portugal nas últimas semanas. Foto: Daryan Dornelles

Rod Krieger: "Entendi a minha música depois que cheguei a Portugal"

Após espetáculos em Leiria, Caldas da Rainha, Porto e Lisboa, o artista agora se prepara para retornar ao Brasil, onde faz espetáculos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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por DN Brasil

Texto: Nuno Tibiriçá

Há seis anos, o cantor e compositor Rod Krieger, natural de Porto Alegre (RS), decidiu trocar o Brasil por Portugal prevendo tempos difíceis no cenário da cultura no seu país natal. Krieger escolheu Lisboa como base para construir a nova etapa da sua vida, tanto no âmbito pessoal, quanto profissional. Hoje vivendo entre a capital portuguesa e o Rio de Janeiro, o gaúcho recentemente esteve em turnê por Portugal, onde apresentou seu novo álbum Assembleia Extraordinária. Agora, retorna ao Brasil para mais shows.

"Tenho um pé aqui e outro no Rio. Gosto muito dos portugueses e da cultura portuguesa e meu foco agora passa muito também por ir consolidando meu nome por aqui. Quero construir minha carreira entre Brasil e Portugal", conta o artista em entrevista ao DN Brasil.

A decisão de se mudar para Portugal, em 2018, veio em meio à instabilidade política no Brasil. “Comprei minha passagem no dia que o Bolsonaro foi eleito”, relembra. Para Rod, aquela era a hora de explorar novos territórios e levar sua música para além das fronteiras brasileiras. "Portugal foi a escolha natural, um país que fala a mesma língua, mas com um olhar diferente sobre o mundo", explica.

O cantor e compositor afirma que, por aqui, o tal "olhar diferente do mundo", foi o que fez sua carreira decolar, especialmente na experiência que teve na terrinha durante a pandemia. Logo após lançar o seu primeiro álbum, o artista viu chegar aquela que foi a maior crise sanitária da história recente da humanidade e decidiu sair de Lisboa. Foi para uma aldeia de 140 habitantes, pertencente ao Bombarral, município perto de Óbidos e, de lá, encontrou a inspiração para Assembléia Extraordinária, o álbum que rodou por Portugal neste mês de outubro.

"A princípio eu ia ficar uns seis meses, um ano, até aparecer a vacina, só que aí eu me encantei com as pessoas, com a aldeia. As pessoas de lá me adotaram mesmo. Acabei ficando por lá mais tempo. Trancado dentro de casa, obviamente, o mundo inteiro fechado e eu com um monte de equipamento lá. A única coisa que me restou foi fazer um disco: fiquei trabalhando na Assembleia Extraordinária uns dois anos. Gravei todos os instrumentos, praticamente", conta Rod.

O que o levou de volta ao Brasil e fez com que sua vida agora virasse um "vai e volta", foi uma parceria do gaúcho com um rapper indígena, Overá. "A demanda dele é muito grande, eu estava muito tempo fora do Brasil, então foi aí que resolvi dar um tempo estando no Rio de Janeiro", diz.

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Com o primeiro álbum lançado em plena pandemia e outro formulado no mesmo período, Rod agora pode finalmente fazer suas turnês e apresentar ao vivo seus trabalhos. Após espetáculos em Leiria, Caldas da Rainha, Porto e Lisboa, o artista agora se prepara para retornar ao Brasil, onde faz espetáculos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Para Rod, ter estado em Portugal fez com que o seu trabalho acabasse por absorver muito da cultura daqui. Em suas músicas, faz referências ao cotidiano português e não só: ele acredita que o próprio modo como os portugueses veem a vida, está presente em sua obra.

“A maneira como o português consome a arte é muito interessante. Até há certos questionamentos que a gente faz sobre a própria obra que antes eu não enxergava. Venho de um país que os shows são calóricos, eufóricos, aquela loucurada toda. E aqui eu sinto que tem uma outra maneira de prestar atenção e se conectar com a música. Acho que eu captei um pouco essa maneira, me fez até trabalhar de uma maneira diferente, construí meus álbuns de maneira diferente”, afirma.

Hoje um fã da música portuguesa, das quais destaca artistas como Jorge Palma e Maro, Rod Krieger acredita que a mudança para Portugal e de se conectar com outro país transformou sua carreira. Não só por ter conhecido outra cultura, mas sim porquê, através dessa descoberta, encontrou sua própria música.

"Acho que sempre que a gente sai da nossa zona de conforto, seja aprendendo um instrumento novo, mudando de cidade, mudando de país, a gente tem foco pra aprender com aquilo. E saber que nem sempre as coisas estão dando errado. Aprender que as coisas não são só aquilo que a gente viveu e que existe um mundo lá fora. E esse mundo pra mim foi Portugal. Eu fui entender a minha música depois que eu cheguei aqui”, finaliza.

nuno.tibirica@dn.pt

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