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Opinião. A solidão da mãe imigrante
Foto: Marcelo Silva / Unsplash.

Opinião. A solidão da mãe imigrante

"Imigrar é, na grande maioria das vezes, criá-las longe da nossa tão cara rede de apoio. É tentar minimizar a desequilibrada balança entre trabalho e creche, porque não temos quem fique com elas. E se é preciso uma aldeia para criar uma criança, nós passamos a ser uma aldeia inteira".

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por DN Brasil

Texto: Stéfanie Stefaisk

Eu sei, eu já senti essa solidão inúmeras vezes e sei que você também já a sentiu. A solidão da mãe imigrante existe e é real. E não importa se você decidiu se mudar quando já tinha suas crianças ou se engravidou em outro país, em algum momento irá sentir o impacto de estar longe "de casa".

A motivação de nos mudarmos para outro país passa, muitas vezes, pelo desejo de vivermos em um lugar melhor para criar nossos filhos e filhas: mais segurança, melhor saúde, educação de qualidade, conforto. Sonhos legítimos. Mas essa motivação não diminui o impacto de sermos estrangeiras, ainda que agora esta seja a nossa terra.

Talvez a maior saudade que iremos sentir "de casa" seja por causa das crianças. Porque imigrar é, na grande maioria das vezes, criá-las longe da nossa tão cara rede de apoio. É tentar minimizar a desequilibrada balança entre trabalho e creche, porque não temos quem fique com elas. E se é preciso uma aldeia para criar uma criança, nós passamos a ser uma aldeia inteira. O problema é que essa conta não fecha.

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A gente que é mãe imigrante vive entre lá e cá, num misto de passarmos nossa cultura, nossas raízes e nossa história e vermos nossas crianças viverem diferente. É tentar entender ao máximo a nova cultura para, finalmente, poder pertencer à língua e aos costumes e não sermos estrangeiras aos filhos, mas sem perder nossa identidade jamás.

Mas se a solidão da mãe imigrante é real, também é real que podemos construir nossa comunidade, fazer conexões com outras mães, encontrarmos nossa casa longe de casa. Podemos (e devemos!) nutrir nossa necessidade de pertencermos e incluirmo-nos. Pode levar algum tempo, mas a solidão se torna menos devoradora quando, enfim, inventamos nossa aldeia.

Foto: Direitos reservados.

Stéfanie Stefaisk é mãe, jornalista, doula, imigrante e feminista. Acredita que a maternidade é revolucionária e que o matriarcado é a solução para todos os problemas.


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